29 agosto 2006

Heróis

Todo mundo tem heróis.
O primeiro é sempre o pai.
Depois vem algum professor, que rapidamente passa a dividir nossa admiração com famosos em geral.
Chega uma idade em que as coisas começam a se tornar mais claras, e os heróis diminuem em quantidade para terem mais qualidade.

O primeiro, inabalável, continua sendo meu pai.
Pelo que me ensinou, pela história da sua vida (que daria um livro) e por tudo que fez e não fez.

Amigos muitas vezes são alçados, depois de anos a esta condição e tornam-se objeto de homenagem (nome de filho por exemplo). Outros acabam sendo homenageados de formas mais simples, com um post num blog obscuro.

Hoje é dia de homenagem a três heróis do automobilismo brasileiro - pelo menos pra mim.

Homens que me fizeram ir pela primeira vez a Interlagos (e a um autódromo), que me mostraram os boxes e me contaram a história por traz da história.
Se tornaram heróis de muitos marmanjos como eu, e mostrando nobreza, nunca se comportaram como tal.

Amanhã, novos heróis vão surgir, e importa que seja assim mesmo.
O tempo não para, nem a vida.
Os três cavalheiros da foto abaixo podem perder seu status de heróis, mas continuarão sendo lembrados como tal.

Flavio, Joaquim e Roberto...
obrigado.


ELGAR GT 104

O amigo Joaquim Lopes, via aos poucos se tornando um parceiro neste blog. Me mandou há alguns dias a foto e a ficha técnica deste protótipo de competição brasileiro, e eu que andei trabalhando demais e blogando "de menos" estava em dívida com ele e agora quito meu compromisso...
O Elgar é o primeiro de alguns prótotipos de competição projetados e executados no Brasil que vamos mostrar. A idéia é mostrar o quanto o nosso automobilismo já foi mais criativo e BBB (bom, bonito e barato), principalemente, quando comparamos aos dias atuais, com a chatice tubular-monomarca que impera nos autódromos Tupiniquins.Eu ia criar uma categoria no blog e chamá-la de Carros dos Sonhos, porque acredito que cada protótipo que será mostrado aqui começou com um sonho, de alguém que era apaixonado por corridas, mas na verdade, o Joaquim me esclareceu, TODOS carros nascem de um sonho. Grande Joaquim.
Sem mais delongas, com vocês o ELGAR CT 104


O ELGAR GT 104 O Elgar Gt 104 foi um protótipo idealizado e construido pelo piloto gaúcho Ênio Lourenço Garcia, radicado em Brasilia desde o inicio dos anos 60. Descontente com o desempenho de seu fusca de competição, que havia ganhado quase todas as corridas que participara em 1968, Ênio decidiu desenhar um protótipo com chassi especial que utilizasse os componente mecânicos de seu ressistente fusca vencedor. Partiu então de um chassi com longarinas e travessas em chapas de aço, que recebia tubos que reforçavam a estrutura triangular traseira que, por sua vez, era apoiada na caixa de câmbio. Esse arranjo, segundo Ênio, tinha por objetivo reduzir a torção do chassi. Construído pelo também piloto brasiliense Waldir Lomazzi, esse chassi recebeu as partes mecânicas do fusca, ou seja, eixo dianteiro (corpo, mangas, feixes de barras de torção), freios (da Kombi, a tambor, com furos adicionais para ventilação), caixa de direção sendo a mesma do fusca sedan 1200, mas com a caixa de direção deslocada para o centro, com braço de acionamento das barras mais longo, “mais rápido”, de acordo com Ênio. O motor era inicialmente o VW 1500 usado na Kombi e no Karmann Ghia, mas com a cilindrada aumentada para 1600 e dupla carburação. Logo deu lugar a um motor maior, de 1800 cc e por fim substituído por um de 2000 cc com virabrequim roletado, importado dos EUA. Nesta versão, alimentado por dois carburadores Weber 45, comando Puma P-3 e cárter seco, o carro atingiu seu ápice, acoplado a uma caixa de câmbio P-3 e diferencial autoblocante ZF importado. Completava o conjunto um jogo de rodas esportivas de liga leve da Italmagnésio, tipo “castelinho”, muito utilizadas pelos Karmann Ghia e fuscas na década de 60. Com a estrutura pronta, Ênio pôde dar forma à carroceria moldada em fibra de vidro, gerando um modelo belíssimo, com linhas modernas e equilibradas, claramente inspiradas no Porsche 718 “Coupé Le Mans”, vencedor da Targa Florio de 1963. O pára-brisa, retirado de um Willys Interlagos integrou-se tão bem às linhas gerais do carro que parecia ter sido feito sob encomenda. Duas unidades foram então construídas e estrearam na tradicional prova “Mil Km de Brasilia” de 1969, uma delas com a dupla Ênio Garcia/ Toninho Martins ao volante. Com problema naturais de estréia terminaram em sétimo lugar, atrás de duas Alfas GTA e uma BMW, carros muito mais evoluídos técnicamente. Ênio Garcia continuou competindo com o Elgar por mais dois anos em provas realizadas em Brasilia, Goiânia , Fortaleza, Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo com resultados sempre significativos, mas as duas versões do Elgar acabaram por se tornar obsoletas frente ao desenvolvimento de outros carros e o advento de protótipos importados no automobilismo brasileiro. As duas únicas versões do Elgar GT 104 tiveram destino inglório: o carro pertencente a Ênio Garcia foi destruído num incêndio, enquanto a outra unidade, depois de passar por vários proprietários, teve as portas laminadas e a capota cortada, sendo seu último aparecimento numa prova de arrancada realizada na marginal do Rio Pinheiros em São Paulo, em 1971. Sem dúvida alguma, o Elgar Gt 104 foi uma das mais belas e vitoriosas versões de carro de corrida brasileiros montada sobre a mecânica VW e um dos ícones da geração dos anos sessenta.

Reciclando

Postado no meu blog velho em 05.06.06

Impossível
Em minha visita diária obrigatória ao blog do Rodrigo Borges http://www.estadodecirco.net/ li o texto que ele postou ontem (04/jun)...
recomendo adicionarem o blog dele nos favoritos, mas pra quem não for lá, aqui está o que ele escreveu...
"O IMPOSSÍVEL
Impossible is nothing, diz a propaganda da Adidas. Dois meninos num bairro pobre de algum país que fala espanhol escolhem para seus times Zidane, Messi, Kaká e até Beckenbauer e Platini.
O impossível não é nada e a gente esquece disso quando cresce. Eu já joguei muitas Copas do Mundo. No quintal de casa. Fazia sorteio, montava tabela e jogava sozinho. Sozinho, não. Estavam todos lá comigo. Platini, Sócrates, Zico, Careca, e Hugo Sanchez.
Crescemos. E o impossível vira impossível, mesmo. Impossible is impossible. Esquecemos do quanto é bom fazer o que não pode ser feito, sonhar com algo improvável, imaginar algo que não deveria ser imaginado. Em algum momento perdemos o prazer de ser criança. Viramos adultos, viramos chatos.
O impossível é nada. Nada. E eu espero não ter que ser lembrado pela Adidas outra vez. Vou anotar e não me esquecerei."

22 agosto 2006

Pais e Filhos - pergunta do dia

"Pai, por que a Terra é redonda?"
Essa é fácil... "Por causa da gravidade, a Terra, a Lua, o Sol e os demais corpos celestes tem a forma esférica"
"Hã?"
"Peraí"
Saio, vou ao banheiro, lavo as mãos e volto...

"O que você perguntou mesmo?!"
"Por que a Terra é redonda?"
"Pra poder girar em torno do Sol"
"Ah tá... entendi"
E entendeu mesmo.

Ser pai é uma escola. Hoje aprendi que a vida é simples, mas gente grande gosta de complicar.

19 agosto 2006

Apartamento novo

Cá estou!

No apartamento novo.
Sem móveis e sujo, mas com TV a cabo e Internet banda larga...

Essa semana começo a virar uma página importante em minha vida.
Depois de 7 anos incompletos vamos mudar do apartamento onde meu filho nasceu.
Vai ser minha nona casa. A segunda do Jorge.
Depois de 10 anos, 5 meses e 25 dias volto a morar num apartamento com varanda.

A Junia ou o Léo vai nascer aqui...
Semana que vem, fotos do ultrassom (que estou devendo faz tempo) e da vista da varanda

17 agosto 2006

Parabéns ao campeão!

Ontem o Internacional-RS sagrando-se campeão da Taça Toyota-Libertadores da América trouxe de volta ao futebol parte da sua dignidade.
Nada contra o São Paulo, que tem feito sua parte, mas contra a máquina administrativa do futebol verde-amarelo.

O Inter deveria ter sido campeão Brasileiro em 2005.
Mas, graças às intervenções havidas, outro clube o foi. Aliás, um dos lanternas ao longo do campeonato deste ano.

Parabéns ao Inter, parabéns ao Abel Braga.
Parabéns à Rede Globo que escalou o Cléber Machado para narrar.

“IÚ NôU UÁRAMIN ?”

Postado no blog antigo... Postado no blog novo.

Interlagos é lugar de fazer amigos. Fiz alguns. Entre eles o Joaquim, grande contador de "causos"O causo à seguir me foi contato por ele.
Vai como ele me contou, ou pelo menos como eu me lembro...

"Pelos idos de 2000 eu estava com manutenção de aeronaves nos EUA trabalhando na Lockheed Martin, aí, um belo dia me aparece, sei lá de onde, para trabalhar na companhia um cidadão. O "Mineirim". Ele era das proximidades de Governador Valadares, homem simples, e humilde. Simples e humilde, mas de uma teimosia assustadora. Não falava uma só palavra de inglês, nem espanhol. Na verdade falava algo um pouco parecido com português. Pra complicar, achava que entendia tudo.
Pra sorte dele, como brasileiro, fui escalado pelo supervisor para dar as primeiras noções do serviço para o nosso querido Mineirim.
Trabalhar com aviação militar é bicho enjoado, cheio de normas, regras, procedimentos e regulamentos. E o nosso amigo Mineirim não era muito chegado a disciplina, não. Gostava de fazer as coisas à sua maneira. Todo dia era a mesma coisa: quanto mais eu insistia em ensiná-lo mais o homem teimava em fazer à sua maneira. Sempre errado. Durante o briefing, antes de iniciarmos o turno, enquanto o supervisor delegava o serviço e as funções em inglês, ele só concordava, em português e balançava a cabeça afirmativamente:“ Sim, sinhô... já intindi... num pricisa explicar... é comigo mes...”
E eu perguntava: “Mineirim, afinal você fala ou não fala inglês!?!?” E ele: “Não, falar eu num falo, mas entendo tudim... É fácim... é só interpretar o que o hômi diz...”
E lá ia o Mineirim, com a sua teimosia, para sua quota diária de besteiras. A paciência do supervisor (e a minha) já estava se esgotando e a gente ali, tentando contornar a situação, afinal era um brasileiro que precisava do emprego. Um dia, já de saco cheio, o supervisor resolveu dar ao Mineirim sua última chance. Fomos designados, eu e ele, a fazer a preparação para a pintura do leme de direção de um Hércules C-130 e, como sempre, o Mineirim começou a fazer tudo errado.
O supervisor nos chamou num canto e disse para mim, em inglês: -“Traduza exatamente o que eu vou dizer: Mr.....(vou excusar o nome da fera) esta é sua última chance. Mais um erro e o senhor está fora. Sabe o que eu quero dizer? - em Inglês - Do you know what I mean? DO YOU KNOW WHAT I MEAN?” Aos ouvidos do nosso Mineirim, a coisa soou mais ou menos assim:
“IÚ NôU UÁRAMIN ?”
Mineirim balançou a cabeça afirmativamente, como de costume, e me saiu com essa:
“ É pur isso que num rende... cês ficam me sacaneando... pô assim não... pur que cê num falou que tem que usar um “araminho” !?!?!? "
Foi uma gargalhada geral!! Eu e o Brandão só não rolamos no chão porque estávamos no Box21 e o chão estava sujo...Vou aos poucos tentando convencer o Joaquim a me autorizar a contar mais coisas aqui...

Cadê o Lampião

A CAÇADA A LAMPIÃO
Baseado em um dos causos de Joaquim Lopes Filho...

Finalzinho de 69, próximo do primeiro aniversário do AI-5, Guerilha do Araguaia e o Exército com mais poder do que nunca. Só percebíamos isso, quando nos incomodava. A tal Política de Integração Nacional inaugurava estádios e autódromos por todo o país, levando o “circo” para o povo, enquanto torturava dissidentes. Quem estava fora do eixo Rio-São Paulo poderia ver de perto os ídolos do esporte. Nesta esteira, veio o GP de Fortaleza, válido para o campeonato brasileiro, com uma premiação inédita (“deu para pagar o parto da esposa de um dos pilotos da dupla vencedora”, nos contava o Dal Pont).
Marivaldo, Zambello, Lolli, Chico Landi, Avallone, Rosito e outros famosos viriam do Sul, além do ídolo local, Lulu Geladeira. Vinte e duas duplas, pilotando vinte e dois carros, como Alfa GTA, Maseratti, Bino Mark II, Puma, Karmann-Ghia, Fuscas etc. O que havia de melhor. Grande expectativa do público. O Norte do país em festa.
Chicão entra em casa, todo animado: “Vamos para Fortaleza! Com hotel e despesas pagas!”. Uma dupla de nossa cidade conseguira patrocínio junto à Associação Comercial, Prefeitura e alguns comerciantes. Eles iriam de avião para Fortaleza, representando a comunidade, e nós levaríamos o carro, as peças, ferramentas...
Não pensávamos em outra coisa e, por causa disso, falamos mais do que planejamos. Resultado: saímos atrasados, mais uma vez. Com a nossa F 350, motorzão V8, tiraríamos o atraso no pedal, no caminho que conhecíamos muito bem e que passava por Brasília, Paracatu, Montes Claros, Vitória da Conquista e daí, BR 116 e BR 101 até Fortaleza. Parávamos para reabastecer e jogar um sanduba para baixo, enquanto um dormia, o outro dirigia e pé no fundo do V-oitão.
Então, na divisa do Estado de Sergipe com Alagoas, à beira do Rio São Francisco, avistamos uns uniformes verde-oliva, com um fuzis cruzados sobre os peitos, um comando do Exército. Mal sinal! O comando nos manda encostar e parar.
- “Documentos” bradou o soldadinho, com voz imponente..
Chicão olhou todo satisfeito para mim, parecia um peru emproado. Bom sinal, significa que estava tudo em ordem. Com o Chicão, nunca se sabe... Mulato folgado, com toda a documentação em ordem, desceu do caminhão cheio de pose, de bermudas, camisa aberta e cabelo afro.
Deu para sentir, quase que imediatamente, a total falta de empatia entre os dois. O milico na intimidação, querendo exercer toda sua autoridade e força, ao passo que o Chicão, desafiava-o, com suas roupas, sua liberdade, sua segurança.
Começou então uma das mais minuciosas revistas que vi na vida : documentos, notas fiscais, faróis, pneus, estepe, lanternas. Aquela tortura parecia não ter mais fim...
Naquela época, todos os caminhões possuíam um lampião vermelho, à base de querosene, para sinalização, no caso de estarem parados na estrada, por uma emergência ou simplesmente repousando. Era obrigatório, um precursor do triângulo de segurança que seria adotado anos depois.
Um sorriso meio sádico, meio de satisfação estampa o rosto do milico :
- “Cadê o lampião?” comandou o soldadinho. “O Lampião, cadê ele?”
Chicão dá uma coçada na cabeça, olha meio de soslaio e responde :
- “Achei que vocês tinham matado ele há uns trinta anos... Algum de nós tem cara de Maria Bonita, hein? Cêis ainda estão procurando por ele?” O escárnio estampado na face do Chicão faz a “otoridade” explodir :
- “Tejem presos, os dois!” Vira e sinaliza para os outros dois soldados que estavam próximos.
Passamos 48 horas detidos no posto de fronteira, até a troca total do turno e fomos liberados. Em Fortaleza a corrida havia terminado há tempos.
Voltando à cidade, encontramos um verdadeiro reboliço: Os pilotos sendo acusados de sumir com o dinheiro da cidade e todos à procura dos irresponsáveis que nunca chegaram à Fortaleza com caminhão, peças, ferramentas e o carro de corrida!
Chicão resolveu o assunto, alegando que o câmbio do caminhão havia quebrado em algum lugar remoto, sem telefone, nos impossibilitando de avisar quem quer que fosse. Tentamos consertá-lo durante todo o final de semana e só termináramos há pouco. E Contava isto repetidas vezes, com a maior cara de pau, convencendo a todos! Depois, dava uma risadinha, olhava para mim e falava :
- “Lampião e Maria Bonita, verdadeiros heróis brasileiros!” e gargalhava.
Roberto Brandão e Joaquim Filho

OS ÍDOLOS E O MITO - por Roberto Brandão

Mais uma colaboração do amigo Roberto Brandão...

OS ÍDOLOS E O MITO
A Fórmula 1 voltava a seu berço, no Brasil, Interlagos. Muita festa. Eu, para não ficar distante dela, mesmo morando no Rio, na Barra da Tijuca, tinha de estar presente. Desta vez, como turista em minha cidade, e com uma credencial de Paddock na mão, iria curtir a volta do GP Brasil à São Paulo. Senna já era ídolo dos brasileiros, as atenções todas voltadas para ele, pois ainda não havia vencido nenhum GP por aqui, e a festa era grande.
O principal rival, agora corria pela Ferrari. Um dilema para mim. Como torcer para o principal adversário de nosso ídolo? E, pior : eu não gostava de Prost, apesar de todas as suas conquistas, o considerava um piloto de menor expressão. Porém, todas essas dúvidas começaram a se dissipar quando estava me aproximando do templo maior do automobilismo no Brasil. Como é bom voltar para casa! E que festa!
Convidei um dos meus irmãos, aquele que, quando eu era criança (caçula e temporão), me levava a todos os jogos de futebol e a todas as corridas. É oito anos mais velho do que eu e, para sua tristeza, quando começou a me levar ao futebol para torcer para o seu São Paulo, o Santos já tinha Pelé. Eu, assistindo aos jogos a seu lado, constrangido escolhi torcer para quem sempre ganhava.
Logo depois do warm-up da manhã, as celebridades começavam a chegar. Para distrair meu irmão, que não parava de comer do excelente bufê que nos serviam, sugeri um passeio pelos boxes, ver os carros de perto. Na volta, quando os portões de visitação se fecharam, estávamos entrando para o Paddock, quando começou um alvoroço. Meu irmão, próximo de um amontoado de pessoas que já estava se formando, gritou : “Joga o boné e uma caneta, é o Pelé !” Eu, que já estava no alto da escada, obedeci-lhe e, quase me atirei dali mesmo, pois todos que estavam na escada, viraram-se e pararam, bloqueando a passagem de quem quer que fosse.
Foi aí que presenciei o mais inusitado : os pilotos, atração maior daquele espetáculo e ídolos da maioria ali, começaram a escalar o alambrado que dividia os boxes da entrada do Paddock, subindo em pneus e, literalmente, pulando a cerca para conseguir um autógrafo do maior atleta do século XX. Foi um acontecimento : exceto as duas estrelas da corrida, todos demais pilotos pularam o alambrado para falar com ele, Pelé.
Na corrida, após liderar quase todo o tempo, Senna tentou passar o retardatário Nakajima no Bico de Pato. Bateu. Prost ganhou mais uma e com a Ferrari. Meu irmão comeu tanto durante a manhã, que dormia o sono dos anjos durante a corrida.
E Pelé, mais uma vez, provara que os outros podem ser ídolos, mas ele é mito. O ídolo dos ídolos.
Roberto Brandão

10 agosto 2006

Fokker 100


31 de outubro de 1996.
Exatamente as 8:27 da manhã o brasileiro aprendeu a ter medo do Fokker 100. Eu não.

Logo após decolar com destino ao Rio de Janeiro o PT-MRK teve um problema mecânico e mergulhou sobre algumas casa nas proximidades do aeroporto de Congonhas.
Era uma quinta-feira. Cheguei atrasado no serviço e quando cheguei já estavam todos agitados.
Teve gente que até marejou os olhos quando me viu. Homem adulto, quase da idade do meu pai.

Eu explico.
Havia uma visita para ser feita a um cliente no Rio, e eu tinha passado a quarta-feira tentando convencer o chefe a me liberar para ir na quinta, Ponte Aérea na sexta é um inferno, e já tinha feito reserva exatamente para o vôo 402.
Final da quarta, empresa às moscas, eu e o chefe ainda nos batíamos, eu querendo ir para o Rio na quinta, ele insistindo que sexta seria melhor, até porque o cliente tinha de fazer um depósito e coisa e tal.
Como chefe é chefe, valeu o que ele queria, mas só nós dois sabíamos disso, e um dos motivos para eu não ir na quinta-feria era o fato de que o chefe não estaria na empresa.
Pois bem, ligamos para a TAM e remarcamos a passagem.

Voltando para quinta, só quando cheguei para trabalhar é que todos tiveram certeza de que eu não estava no avião. Por isso a comoção.

Na sexta, eu voei para o Rio, no vôo 402, sem dar muita importância ao fato.
Cochilei antes da decolagem e só acordei com a chacoalhada do pouso - como faço até hoje.
Lerdo, demorei meses para me dar conta da importância daquele dia e não guardei o canhoto da passagem.
Na época achei que era lixo. Só mais um vôo.

Não tenho medo do Fokker 100, ao contrário, é meu avião favorito.
Sempre que entro em um lembro daquele dia. É, ninguém morre na véspera...

Conto isso devido ao recente problema na porta de um Fokker 100, que fez com que muitos se manifestassem contra ele, meu avião favorito. Aqui alguns dados para os detratores do meu avião:

100 piores acidentes da história da aviação (em número de vítimas)
http://www.planecrashinfo.com/worst100.htm

Base de dados (ano a ano)
http://www.planecrashinfo.com/database.htm

Procurem acidentes com o Fokker 100 e verão que são quase impossívelis de encontrar, por terem sido pouquíssimos. No fundo, os detratores do Fokker 100 têem é inveja!

08 agosto 2006

Grande novidade

Hoje vi meu próximo herdeiro ou herdeira.
Tem apenas 12mm, 7 semanas e 4 dias.

Minha esposa espera nosso segundo filho (ou primeira filha).

Amanhã (ou depois) fotos do ultra-som da Junia (ou do Leonardo).
Quando souber se é menina ou menino aviso - mas ainda vão uns 3 meses até isso.

07 agosto 2006

É impressão minha ou implicância?

Todo final de semana de GP2 é a mesma história.
Sai uma nota explicando porque o Xandinho Negrão não fez nada.
NADA. Com maiúsculas...

Ele é ruim ou muito ruim?
Ou é só impressão minha?
Ou ainda, implicânica...

http://ultimosegundo.ig.com.br/paginas/grandepremio/materias/382501-383000/382890/382890_1.html

Quem me explica...

A chuva é a solução

Choveu na F1 e a F1 voltou a ter graça...
Até o Galvão já entendeu que o problema da F1 é freio. Freio bom demais no caso.
Choveu, todo mundo tem de freiar antes. Choveu, voltamos a ter um esporte.
Repito, até o Galvão percebeu...

Rubens inventou e perdeu a chance de vencer.
Repete-se a história da Stewart. Rubens pinta como herói e o companheiro de equipe entra pra história.
Na verdade, aconteceu assim na Ferrari também.
É... faz parte